Se houvesse wi-fi gratuito na crackolândia, haveria mais pessoas no celular do que fumando pedra. Pode parecer exagero, mas o vício em dopamina – hormônio responsável por regular a atenção — atinge todas as classes e idades.
Se você não está habituado às novas tecnologias, pode confundir tráfego com tráfico pago, todavia, ambos trabalham com essa substância tão viciante quanto qualquer droga.
Não à toa, atenção é o ativo mais valioso do mercado digital, pois é mais fácil capturar o interesse de um peixe beta, do que convencer um ser humano a clicar em seu anúncio.
Eu gostaria de dizer que se trata de hipérbole, entretanto, pesquisas da neurociência apontam a capacidade de atenção dos seres humanos involuindo para seis décimos de segundo, ou seja: inferior a de uma criatura “para em seu límpido aquário mergulhar”, como diria o Fagner.
Você já deve ter encontrado dificuldade em ler um jornal ou assistir Al Pacino nas três horas de O irlandês. Aposto que antes do smartphone, era mais fácil devorar um livro, certo?
Por causa da recompensa imediata liberada pelo uso das redes sociais, o cérebro humano está ficando insensível à dopamina. O estímulo rápido aumenta sua tolerância ao neurotransmissor e te obriga a buscar dosagens cada vez maiores. É por isso que praticantes de crossfit de prepúcio ficam dependentes de pornografia. O jovem onanista começa no softporn e, tempos depois, só obtém o mesmo prazer assistindo perversões que escandalizariam Sodoma e Gomorra.
A desestabilização do sistema dopaminérgico transformou nossa atenção no recurso mais escasso da atualidade.
Nós, primatas cabeçudos, não evoluímos para suportar o hiperestímulo da internet, portanto, para atrair a atenção do consumidor, não basta um link na sua página de venda.
Você precisa apertar os botões emocionais que vão impulsionar aquela compra.
E aqui na Rumon somos a mão amiga que sabe apertá-los!